segunda-feira, 16 de maio de 2011

Saudade de Ti, Avô...

Este poema por ironia do destino veio parar-me ás mãos três vezes. Foi escrito por Sheila Souza, secretária do Dr. Marcos de Almeida vice presidente da Câmara Municipal de Sintra que fez o favor de ser meu amigo a quem mando um abraço

 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amor que me dei...

Cheia de amor e carinho
Cobri tudo de beijinhos
Que se perderam no espaço
Abri portas ás vizinhas
Dei ás aves os seus ninhos
Fui feita de mil abraços


Agora tudo passou
Digiro mal o que dou
Sem ter compensação
Fui vergastada, quem sou?
Árvore que por cá ficou
Sem filhos, pais ou irmãos

O Princípio...

O meu nascimento
Que triste foi esse dia
Foi para todos um sofrimento
Em lugar de ser de alegria


Todos esperavam um rapaz
Porque já havia seis raparigas
Ninguém da família foi capaz
De me receber com alegria


Nem um beijo ou carinho
Recebe a chegada
Fiquei com a parteira sozinha
Ficou toda a família zangada


Mas que culpa tive eu
Não pedi para nascer
Era um membro da família
Não era maneira de me receber


E foi assim pela vida toda
Sem carinho nem família
Parece que tive a culpa
Só vim roubar-lhes a alegria


Nestes versos de pé quebrado
É um mundo trapalhão
É neste mundo atribulado
Que sinto o meu coração


A minha alma está vazia
A minha cabeça está oca
A minha alma está fria
E estou a ficar louca


Os dias vão passando
A minha vida vai atrás
Tenho que me ir conformando
Não posso voltar atrás


Tive um derrame cerebral
Nunca mais fiquei bem
Se já escrevia mal
Agora nem bem nem mal


A velhice é muito triste
Nem me apetece viver
Perde-se o gosto e desiste
Só me apetece morrer


Eu falo por mim
Já nada posso fazer
Eu já nem posso andar
Nem me posso mexer


Vivo uma grande solidão
Nem a família já se tem
A vida é uma podridão
Já não conto com ninguém


Venho a morrer sozinha
Mas que diferença faz
Encolhem os ombros
E dizem, vai em Paz!


Quando for para o crematório
É horrível, toda a gente diz
Pois eu acho que para mim
É o dia mais feliz




Ali tudo acaba
Desprezo, dores, desilusões
Não é mais nada
Nem preciso de orações


Não preciso de acompanhamento
Se em vida vivi sozinha
Não é nesse momento
Que preciso de companhia